Para preservar região de Ibiraquera, Prefeitura estuda cobrar Taxa de Proteção Ambiental (TPA) de turistas, na Praia do Rosa
A Secretaria de Meio ambiente da Prefeitura de Imbituba realizou um evento no último dia 2, na pousada Village da Praia do Rosa, onde apresentou para empresários da comunidade da Praia do Rosa, no Bairro Ibiraquera, o projeto para a implantação da cobrança da Taxa de Proteção Ambiental (TPA) para a entrada de visitantes naquela localidade turística.
O ponto alto da reunião foi a palestra da ex-prefeita de Bombinhas, Ana Paula da Silva, que apresentou o caso bem sucedido da cobrança iniciada durante sua gestão, em 2014, testemunho que reforçou os estudos para implantação da taxa na região de Ibiraquera e Praia do Rosa, cujas tratativas vêm sendo trabalhadas pela Prefeitura há pelo menos 1 ano e 4 meses.
Empresários da Associação Empresarial de Imbituba (Acim) – Núcleo Praia do Rosa, o prefeito de Imbituba, Rosenvaldo Júnior, o secretário Municipal de Meio Ambiente, Paulo Márcio de Souza e outras lideranças ouviram a ex-gestora expor os graves problemas ambientais existentes em sua cidade antes da taxa, bem como a situação atual e as ações oriundas dos recursos da cobrança, que serão investidas exclusivamente em ações para o meio ambiente da região protegida pelo pedágio.
“A reunião foi bastante produtiva, no sentido de se discutir soluções que possam desenvolver o turismo sustentável na região do Rosa, Ibiraquera, que é uma região de beleza ímpar, mas por outro lado tem um fragilidade ambiental preocupante. A TPA pode ajudar a desenvolver ações que nos ajudem na preservação e na sustentabilidade”, afirmou o prefeito Rosenvaldo Júnior.
“A condição geográfica da região de Ibiraquera e Rosa é especial demais, e se não tiver uma intervenção efetiva continuará sujeita aos riscos que já está exposta. Em nossa visão, a região tem condições ambientais muito similares com Bombinhas, cabendo claramente a implementação de um projeto como desenhamos aqui”, afirma a palestrante.
Segundo Ana Paula, antes da taxa, a cidade de Bombinhas vivia um “terror” no período de verão, sem condições de arrecadar um valor que pudesse arcar com as despesas ambientais provocadas pelo excesso de pessoas na cidade que vivia suja. Hoje Bombinhas possui infraestrutura, limpeza adequada e diversos outros pontos positivos, situação que a Praia do Rosa e todo o bairro de Ibiraquera, que conta ainda com as praias do Luz, Lagoa e Barra, poderia passar a gozar.
“A Praia do Rosa é um pedaço de paraíso encravado entre a Serra do Mar e o Oceano Atlântico, com um recorte geográfico único e extremamente sensível. Ao mesmo tempo em que o turismo renova as forças do desenvolvimento econômico, infelizmente também nos traz um passivo ambiental difícil de administrar, fundamentalmente porque nos faltam recursos para preservação da natureza. Em Bombinhas, conseguimos explicar aos turistas e à comunidade que a TPA nada mais é que uma chance do turista ajudar nas despesas ambientais provocadas por eles mesmos. Antes, era a própria comunidade pagava pelo aumento da população durante o verão”, lembra a ex-prefeita de Bombinhas.
O secretário Paulo Márcio também defendeu a aplicação da TPA naquela região lembrando das dificuldades que sua pasta tem de fiscalizar todo o município com poucos fiscais e engenheiros.
“O projeto vem sendo tratado com muito zelo pelo nosso governo. Estamos falando de uma das regiões mais frágeis de um município que possui 30 bairros, mas que 37% das infrações ambientais são cometidas naquela região. Tenho certeza caso a população entenda que a TPA deve ser implantada, essa região entrará em um novo patamar de preservação. Infelizmente, temos nos esforçado para atender todas as demandas, mas temos uma estrutura muito reduzida”, lamenta o gestor do Meio Ambiente de Imbituba.
Segundo Paulo Márcio, agora a prefeitura irá promover reuniões com diversos setores da comunidade, para depois realizar uma grande audiência pública para ouvir a população de forma ainda mais ampla. “Já temos os estudos ambientais inclusive com a capacidade de carga, onde existe a indicação que esse sistema cabe tranquilamente na região. Vale lembrar que, se for aprovado, todo recurso captado com a taxa só poderá ser aplicado no segmento meio ambiente e somente naquela localidade”, frisa Souza.