Escuta qualificada é tema de formação em saúde mental

Caminhos do Cuidado é um projeto nacional com o objetivo de ouvir os dependentes químicos e oferecer o melhor atendimento na Rede Pública.

 

O Projeto Caminhos do Cuidado é uma formação em saúde mental para agentes comunitários de saúde e auxiliares/técnicos de enfermagem da Atenção Básica em todo o Brasil. O foco são os dependentes de crack, álcool e outras drogas. Em Imbituba o curso está em andamento durante esta semana e com a participação de mais de 120 profissionais, que estão divididos em três grupos. Serão cinco encontros e além das horas teóricas, o programa oferece 20h práticas.

De acordo com a enfermeira e tutora da formação, Margareth Kovalski, o Caminhos do Cuidado oferece uma percepção humana em relação ao paciente, sobretudo na necessidade de ser ouvido. “Pretendemos construir este cuidado da saúde mental juntos. Muitas vezes os profissionais não estão preparados para estar aberto ao que o dependente tem a dizer. O projeto vai mostrar o caminho para uma escuta qualificada”, explica.

Para a tutura do projeto e enfermeira Mônica Candemil qualquer dependente, seja de drogas lícitas ou ilícitas, precisa de uma rede de apoio. “Precisamos quebrar preconceitos e perceber que se não podemos oferecer a cura, podemos oferecer alternativas. As pessoas podem ajudar através dos órgãos de saúde, das associações comunitárias, das igrejas, em qualquer lugar. O dependente precisa ser ouvido”, afirma.

 

Necessidades reais

 

Vivendo o cotidiano de um centro de atendimento social, a técnica de enfermagem Thayse Lourenço de Oliveira percebeu que para ajudar pode ser mais importante estar disponível do que ter recursos. “Muitas vezes a pessoa vem apenas tirar a pressão e basta perguntar se está tudo bem que as lágrimas já vêm aos olhos. Atendemos dependentes químicos, familiares, pessoas com depressão e é muito importante saber agir em cada caso. Se não podemos oferecer um psiquiatra no momento, dou um abraço bem forte e me disponho a conversar sempre que for preciso”, expõe.

Ela enfatiza que ainda é muito importante saber como não absorver os problemas. “São histórias muito difíceis e graves, é preciso ser forte e também estar qualificado para poder continuar ajudando”, destaca.

 

Mais informações sobre o projeto no site www.caminhosdocuidado.org


Texto:

Emanuelle Querino Alves de Aviz

Data:

12/03/2014

Fotos:

Emanuelle Querino Alves de Aviz