Prefeitura é parceira, mas vê ZPE com cautela
O vice-prefeito Elísio Sgrott recebeu na tarde desta quarta, dia 14, uma comitiva com representantes do Governo Federal e Estadual para tratarem sobre a retomada do processo para consolidar a Zona do Processamento de Exportação (ZPE) devido o interesse de uma empresa norueguesa para um investimento de U$ 3,5 bilhões de dólares, mais de R$ 10 bilhões de reais. O vice-prefeito foi claro em destacar que o município é parceiro, mas com bastante cautela devido os histórico dos últimos 20 anos.
A Secretária Executiva do Ministério do Desenvolvimento do Governo Federal, Thaise Pereira Pessoa Dutra, explicou que a ZPE hoje é enxergada de uma forma diferente a de 1994 e no caso de Imbituba, associado a duplicação da BR-101, porto e a área industrial ao lado, tem uma condição logística extremamente favorável. “O principal fator para agilizar essa área é que a iniciativa privada demandou previamente por essa localidade, não está em discussão em qual cidade ou estado será instalada essa empresa”, salienta.
O espaço vai permitir a instalação de uma fábrica norueguesa de contêineres para transporte de gás liquefeito no local. Segundo Thaíse, o Governo Federal não consegue implantar o projeto sem apoio do estado e município.
Para Sgrott, investimentos que gerem principalmente diversos empregos e impostos são muito bem vindos e a cidade sempre foi parceira, contudo vê a questão com bastante cautela, devido a várias situações de transformar a ZPE em realidade nos últimos 20 anos, com várias empresas, e nada acontecer.
“A nossa preocupação com esse espaço é divulgar, criar novamente uma expectativa com isso e nada acontecer, porque queremos um processo sério e rápido. Imbituba com certeza é parceira, mas já foram várias situações parecidas e nada aconteceu”, lembra o vice-prefeito, que na década de 90 inclusive era vereador na época da provável instalação da ZPE.
Como planejamento para a instalação da empresa na área no bairro Nova Brasília, está o levantamento de toda a situação dos terrenos e projetos levantados para o espaço, saber o que precisa ser feito. “Com o diagnóstico pronto vamos no inicio de 2016 para a parte dos recursos, quanto custa, quem vai fazer, quanto tempo vai levar e como vai fazer. Precisamos ter essa clareza, porque se não for aqui, vai ser em outro lugar”, frisa a Secretária Executiva.
Na ZPE de Imbituba são necessárias obras civis, licenciamento, alfandegamento, e principalmente um plano de negócios. “Se isso não ficar claro em 45 dias, vamos partir para outro caminho, porque nós também não queremos outra história sem nada de concreto. Precisamos de um plano de negócios muito claro, com valor e prazo definido para investimento”, frisa o Secretário de Articulação Nacional, Acélio Casagrande.
O modelo a ser realizado será semelhante ao utilizado no Ceará. No nordeste, há um projeto de US$ 5,4 bilhões e empresas satélites, com inauguração marcada para 28 de abril de 2016 e ações para capacitar a mão-de-obra local, ampliando as condições de emprego e renda na região.
texto e foto: João Batista Coelho Júnior